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Foto do escritorRosana Seager

Amamentação é (quase) sempre um capítulo a parte

Atualizado: 18 de jan. de 2022


Requer muito aprendizado, abdicação, doação, perdão de si mesma, superação, renovação, persistência, inovação.

Quando eu tinha 17 anos passei por uma cirurgia de redução mamária.

Quando engravidei da Clara tive muito medo de não conseguir amamentar. Tive muitas dificuldades, pouquíssima (para não dizer nenhuma) orientação... estávamos na Inglaterra... só quando chegamos de visita no Brasil, tivemos a orientação da translactação e, então, passei a amamentar usando a sondinha. Clara estava antes mamando na mamadeira e começou a rejeitar a mamadeira. Virou super fã do peito com sondinha. Usei sondinha até mais ou menos 1 ano da Clara. Ela mamou até 2 anos e meio.

Grávida da Lis eu já tinha muito mais bagagem como doula, com a experiência de ter amamentado a Clara. Fiz questão de encontrar uma consultora de amamentação que estava juntinho de mim, me ouvindo, me orientando!

Acreditei muito que conseguiria amamentar exclusivamente até os 6 meses da Lis.

Mas as coisas não foram bem como havia imaginado.. a minha cirurgia teve danos maiores e mais extensos do que havíamos esperado e imaginado... apesar de tudo que fiz: protocolo de estimulação com bomba, estímulo em cada mamada para ser uma mamada efetiva, ingestão de diversos galactagogos, MUITA água, livre demanda, etc, etc, etc.. tivemos que entrar com complemento, que foi aumentando de quantidade, pq Lis não estava ganhando peso adequado.

A cada consulta que notávamos pouco ganho e aumentávamos a quantidade de fórmula eu desabava em choro.

Fiquei muito frustrada, muito triste... a amamentação exclusiva era um sonho. Sonhava até em poder doar leite...

Me deixei chorar, me deixei sentir aquela frustração... para que no dia seguinte pudesse seguir e estar bem com a situação.

Iniciamos a complementação pelo finger feeding: sondinha no dedo.

Mas essa semana, conversando com outra mãe que também passou pela mesma coisa com ambos os filhos, resolvi voltar a colocar a sondinha no peito, como fazia com Clara. Eu antes estava com medo da confusão de fluxo e que a Lis rejeitasse meu peito sem sonda.

Hoje testemunhei essa cena absolutamente maravilhosa e emocionante da Clara.

Eu estava amamentando a Lis com a sondinha e complemento. Clara estava brincando com a boneca Frida. Primeiro ela estava com ela na barriga e eu era a parteira. Ela me “ligou” dizendo que estava para nascer e fui orientando. Depois de nascer ela colocou no peito e em seguida pegou um potinho que fingiu ser a garrafinha com complemento e pegou uma cordinha fingindo ser a sondinha e deu o mamá para a boneca.

Eu não acreditei no que vi!!! Rapidamente pedi para Cauê tirar foto e nós dois nos emocionamos! De maneira tão singela ela reproduziu com tanto amor o que para mim havia sido uma frustração. Dessa forma linda me fez amar a minha história de amamentação. O que antes eu enxergava como um fracasso, me fez enxergar como um total sucesso.

Quando dissemos para ela que ela também havia sido amamentada com sondinha, os olhos dela brilharam e ela falou: “Sério?!” - sorrindo.

Só tenho a agradecer por minhas filhas me ensinarem tanto!

Cada história é única.

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